treze do dois

Estou virando a rosa. Percebi hoje.

Rosa é uma mulher que eu conheci faz uns dois anos ou mais. Alguma coisa a incomodava e todos podiam notar seu incomodo, pois tremia e enrolava as palavras.

Desci para tomar um café e acabei almoçando. Comi relativamente bem e gastei metade do meu dinheiro. Foi melhor que comer mal e gastar um quarto dele. Comi um frango com damasco e arroz a piamontese. Descrevendo dessa maneira parece sensacional, mas na verdade a expectativa por algo sublime foi melhor que comer.

Rosa tinha uns 40 anos ou mais. Segundo ela tinha sido modelo ou coisa dessas, o que importa é que ela queria atestar sua beleza anterior. Poderia ter mostrado uma foto, mas preferiu deixar que imaginássemos. Nunca tive certeza se ela foi realmente à beleza que dizia ter sido.

O dilema foi se eu devia almoçar logo depois de tomar café. Pois tinha acabado de tomar café quando percebi que nunca ia naquele restaurante da escada mesmo que estivesse com dinheiro. Acho que era sua aparência elegante, inimaginável de se ir numa quarta feira de tarde. Poderia até ir a outro que tivesse uma aparência mais condizente com minha situação financeira e meu estado de espírito, mesmo que gastasse mais.