terça-feira, 12 de agosto de 2008
cheiro de sabonte
Nada poderia mudar sua vontade de pular de cima daquela pedra. Ele tinha treinado até a exaustão por esse momento. Chamou algumas pessoas próximas para ver sua proeza - não sei porque eu estava ali - era seu grande dia. Enfim. O vento estava, ok. A temperatura, ok. Provavelmente estava tudo, ok. Pelo menos aparentemente. Agradeceu a presença de todos. E disse que seriam necessárias algumas palavras. Porta. Casa. Lustre. Carro. Alto-falante. Majestade. Motor. Moto. Rei. Caju. Negão. Porto. Reforma. Costura. Entretenimento. Mágico. Day. Ali. Minha. Boneca. Morte. Noite. Morcego. Acaso. Monumento. Notívagos. Morena. Certeza. Azar. Sorte. Profecia. Dói. Causa. Efeito. Palhaçada. Mouse. Neném. Apontador. E outras mais - mas não queria prolongar seu discurso. Deixava algumas guardadas para outra ocasião. Então começou a se preparar. A sua atenção era de se admirar. Todos olhando. Ele olhando para baixo. CAIU. Quer dizer pulou. Quando ninguém esperava. Uma menina não viu. Eu estava olhando pra ela. Vi a menina olhando por um instante pro lado. O salto durou pouco. A pedra era muito pequena. Mesmo assim ele quebrou ou torceu o pé. Chorou que nem uma criança. Era uma criança. Para onde ela olhou? Estou atrás dela. Ela cheira sabonete. Porta. Casa. Lustre. Carro...
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