sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
FUNNY GAMES U.S.
Tudo está espelhado. As previsões são mentiras para evitar pânico.
Só que Kelvin sabe o que se passa e quer avisar a esposa e a filha.
O problema não é só voltar do mundo antimaterial ao real mas também estabelecer a comunicação entre ambos.
Tem um buraco entre eles, é como estar em um buraco negro. A força gravitacional é enorme e nada consegue escapar.
Então, não há comunicação. Mas o Kelvin supera a força gravitacional e vê que um universo é real e o outro é fictício (uma projeção do espaço cibernético).
Onde está Kelvin agora? Na realidade ou na ficção?
A família está na realidade e ele está na ficção.
Mas a ficção não é real? Podemos vê-la em filmes? Então é tão real quanto a realidade. Apenas os que os difere é a forma.
Paul, Michael Pitt, tem consciência que é um personagem de ficção. Mas para ele ficção também é real. Tendo essa consciência pode manipular o jogo a seu favor. Enquanto os outros personagens estão ali à mercê de suas limitações (manipulados pela ficção que é submetida a um mundo real).
Paul tem, inclusive, a consciência de que está sendo observado por espectadores. Tem conhecimento dos dois lados. Encarna o buraco negro.
Paul aposta com os personagens que eles vão morrer até o fim do filme. Essa é uma aposta com o espectador que acredita numa virada. Como Paul tem o controle, mostrado literalmente, isso não acontece. Ele ignora as expectativas e realiza seu final.
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